terça-feira, 2 de abril de 2013

Ekib

Sai observando as ruas movediças
daquela cidade árida e pacata
onde cabia o verde do matagal florido
em minha pupila calma
que farejando os cinco sentidos, talvez seis
ouvia sons de quadros pendurados
que vinha do mar de sua oferenda
sobrevoando como pássaros brancos
na rota do farol iluminado.
Cada pensamento e ideia 
de dentro de um mínimo existencial
da pequena flor se desabrochava,
cacarejando pólen de mel.
Me via agora nas areias do céu
em que pisava com a firmeza de mil léguas
segurando nas mãos de minha fortaleza
que me balançava em sua aliança
sob pensamentos redondamente progressivos.






terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

"Sacul ta"

A luminosidade pousou sob meus olhos pálidos
havendo ali uma certa clareza
descolando no vazio de meu peito para o novo.
Enquanto isso, a escuridão vinha do além céu,
que buscava-se acertar a mente da jovem flor,
sempre que possivel calibrando a caricatura da face
inovando a singularidade elevada de um caminho
que aos olhos azuis se desdobrava em dois.
Em um desatino, o pulsar de minha alma
se fez diante de sua labuta escolha.
Talvez com o fascinio de um cisne,
amendrontado por meio de vigas maciças
que se viram soltas e sonolentas,
tudo seria somente o desejo de existir
como só os dois sabiam.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A face

Quando assim me encontro
estática
sentindo o tocar do vento
pasmo
calmo
pálido
sobretudo ardente
em minha face amarela,
vejo através de marés reluzentes
de algum estômago de elefantes
e eu o tenho como chão de giz de meu umbigo
porém me escandalizo ,
vendo o caracol do azul se abrir
para o amigo intimo e ínfimo de meu ser
enquanto a escada para o céu
levemente presente se abre
sugando minha alma adocicada
sorrateiramente indecente!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Labirinto do Eu

Envenenando as montanhas viris
que semeiam o novo mar profundo,
vejo o cálcio escracho da vida
que torna o horizonte surreal da alma.
Vem o cetro de ferro
bater nos verdes plantios
onde se vê filantrópicos fantasmas
abarcados por bucólicos bafos.
Enquanto isso no submundo senil,
vagam normas esquizóides
cegando a personalidade nata
que velejam,
gargalham
e assombram
a única saída do labirinto gentil:
a descoberta do Eu.








sábado, 2 de fevereiro de 2013

.

Ele queria ser nuvem
realizou o sonho
desnudou todos os mistérios
se sentiu amargurado
cometeu suicídio mental
acendeu um incenso
e viveu acanhado.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ausência


Sei o quão asfixiante é o cubo
Como se a forma estivesse translúcida  
Por vias aéreas bruscas sem o menor fio de seda
Vendo bombas que caem por céus dourados sem vida
Soterrando estações adormecidas
Onde o pó não cessa a viela da terra
- Ajuda!
Diria o cego martelo de fogo.
Mas sequer o precipício foi atendido
- Claro, há certa ausência nos quadros da parede do abismo!
Diria novamente o cego martelo de fogo.
Mas mesmo com cubos aritmeticamente planejados
O acaso nos derruba com a segurança de um soldado
Clamando sorrateiramente por morfina.